07 agosto 2013

Quarto 503 Parte 1

   
   

 Não sei como posso começar isso. Nem como dizer o que é isso. Devo estar ficando louco, perdendo a sanidade, mas não aguento mais guardar isso só para mim mesmo. Para eu estar falando isso, é por que é um caso sério. 


 Foi a pior coisa que eu já fiz em minha vida. Era verão, um dos mais quentes que eu já havia presenciado. Eu e minha mulher, Jéssica, havíamos ido tirar umas férias em Gramado, cidade do Rio Grande do Sul, no Brasil, pois nem eu nem minha mulher gostávamos do calor. Resolvemos sair bem cedo de casa para chegar cedo. A paisagem durante a viajem era muito linda. A viajem foi em silêncio a não ser pelo ronco do motor do carro. Ficamos andando por horas e horas, mas não conseguimos achar um hotel. Decidimos então ir para um hotel de estrada e descansar para no outro dia continuar. Achamos um e ficamos nele. Parecia ser bom. Ele era afastado do centro da cidade. Para falar a verdade ele era afastado de tudo. Estacionei ele e peguei as malas. Quando entramos fomos recebidos por um senhor bem velho. Na recepção havia um rádio que estava ligado, mas quase não se dava para ouvir. A lâmpada ficava piscando o tempo todo. Nunca irei esquecer disso.

 Fui para perto do balcão de madeira e pedi um quarto. O senhor que parecia mal humorado foi então até o painel de chaves sem nenhum animo. Pelo que parecia só havia um quarto disponível. De repente o velho se vira com os olhos arregalados.


- Esse quarto... Vocês não deveriam.

- Senhor nós só queremos ficar uma noite.

- Vocês não irão aguentar uma noite.



 O velho então ficou em silêncio e colocou a chave sobre o balcão. Peguei ela e fui até o elevador. Dentro dele havia um cheiro de mofo. Quando chegou no andar certo fomos até o quarto. Era o 503. Ligando a luz vimos o quão grande era o quarto.


- Ótimo quarto – disse Jéssica.



 Jéssica, ao contrário de mim, era muito religiosa. Sempre tinha uma Bíblia consigo. Talvez isso tenha acontecido pela sua família ter morrido de uma forma trágica. Mas voltando ao momento no quarto, depois de ter tomado banho fui até a cama e me deitei, esperando Jéssica acabar o seu banho. Percebi que no lençol havia uma mancha imensa. No começo achei que seria porque era velho.

 Acabei caindo no sono. Quando acordei percebi que era de madrugada. Quatro da manhã. Havia uma neblina intensa do lado de fora do quarto. Fui até o banheiro. Quando abri a porta, cambaleei para trás assustado com o que estava vendo.


Continua...



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